É público e notório que os poderes públicos, seja a nível nacional,
estadual ou municipal, não têm tratado a cultura e os artistas como
deveriam.
O presidente Temer, em uma de
suas primeiras ações, unificou o Ministério da Cultura ao da Educação,
tentando jogar pelas vielas do esquecimento as grandes conquistas
culturais dos último anos. Por sorte, união e pressão dos artistas, ele
voltou atrás e o Ministério continua vivo, respirando por aparelhos, mas
vivo.
Em se tratando dos estados,
poucos são os que ainda mantêm uma Secretaria de Cultura autônoma,
desvinculada à Educação (ou outras pastas) e com programas e projetos de
fomento que funcionam de verdade, como é o caso de Pernambuco e da
Paraíba. É pouco, mas é alguma coisa. É preferível meio copo de água por
dia a morrer de sede, não que devamos nos contentar com pouco, mas é
melhor que nada.
Quando trazemos a questão ao
nível municipal, aí é que a decepção aumenta. Pouquíssimas cidades
brasileiras têm Secretaria de Cultura desvinculada, pois os prefeitos
preferem deixá-las juntas com outras pastas, assim economizam em
pagamento de pessoal, aluguel de prédio (quando é o caso) e verba direta
destinada, afinal “arte e cultura não dão retorno, são coisas de quem
não tem o que fazer”, assim justificam alguns gestores.
Outras cidades até mantêm uma
Secretaria de Cultura instalada, mas por falta de interesse e/ou de
capacidade dos gestores, servem apenas de cabides de empregos para que
os apadrinhados (sem habilidades artísticas ou sem vivência cultural
alguma) possam ficar acomodados, recebendo os seus “suados” salários.
Mas nem tudo está perdido, pois
ainda existe cidades que fazem funcionar, de maneira efetiva, suas
Secretarias de Cultura, como é o caso de Bananeiras e Sapé, ambas na
Paraíba, dentre outras, fazendo com que a chama do “fazer cultural” em
sua essência seja preservada e nos dê a esperança que encontraremos
terra firme um dia.